quarta-feira, 1 de junho de 2011

Imprensa com Z



Gazeta do Rio de Janeiro, Sabbado, 1º de junho de 1811
(leia o número completo aqui)

Hum Decreto Imperial de 2 de Fevereiro contém as regulações seguintes: - Os Impressores conservados em París são obrigados a comprar os prélos dos Impressores supprimidos, e os pagarão, segundo a avaliação, dentro de hum anno, em quarto pagamentos. […] Outro Decreto da mesma data ordena, que as licenças de Impressor lhes serão entregues em pergaminho pelo Director Geral da Imprensa. O que se paga por passar estas licenças he 50 francos para París, e 25 francos para as outras Cidades do Imperio. (Times 21 de Fevereiro) 
* Napoleão Bonaparte está em Guerra com a illustração da natureza humana, porque não lhe apraz reger póvos, que usando da razão se desfação delle, e do seu systema. He seu intento espalhar densas trévas de ignorancia, e fazer dos homens huns estupidos, que como outras tantas maquinas, obedeção a todas as suas impressões. Tal era a sorte que elle destinava aos Portuguezes, que havião de ter hum Segundo Camões.

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Jornal Grande Bahia, quarta-feira, 1º de junho de 2011
(leia a notícia completa aqui)


Celebrado desde o ano 2000 como “Dia Nacional da Imprensa”, este 1º de junho enseja a reflexão sobre a realidade da comunicação no Brasil. E, particularmente para os jornalistas, remete à centralidade das lutas em defesa do diploma, de uma nova e democrática Lei de Imprensa e de um novo marco regulatório do setor como indispensáveis para se inaugurar um novo ciclo de prosperidade democrática e de consagração do direito da sociedade à informação de qualidade.
Instituído pela Lei 9.831/1999, o Dia Nacional da Imprensa alude à primeira circulação do jornal Correio Braziliense, de Hipólito da Costa, em contraposição à oficialesca Imprensa Régia do Brasil Império do século XIX. Portadora de contradições e conflitos de sua época, tal publicação trazia em seu cerne ideais libertários de uma imprensa livre e de mudanças que contribuíram para fortalecer a perspectiva do Brasil republicano que temos hoje.
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Se a Gazeta era portuguesa, Hipólito era o "uruguaio" (nasceu na Colônia do Sacramento, então domínio de Portugal) que imprimia em Londres...  E em ambos os jornais ainda se escrevia Brasil com "z", esse símbolo atual da visão estrangeira. De uma forma ou de outra, imprensa com Z.

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