domingo, 27 de novembro de 2011

Fim


Nem mais um pouco. Pela prolongada ausência ou pela hora que chega, novamente um cemitério.

domingo, 10 de julho de 2011

Mais um pouco



Gazeta do Rio de Janeiro, Quarta Feira, 10 de Julho de 1811
(leia o número completo aqui)

Devemos todos acreditar, que a nossa luta se não acha de todo concluida, e que unicamente pela dita disciplina ella póde se terminada, assim como até agora foi gloriosamente sustentada. Por este modo devemos pensar, e continuar em nos pôr mais que nunca, em hum estado de disciplina, que fará ainda mais pública a gloria da Nação.

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Atéqui... Em luto pelo fim do É Tudo Gente Morta, e diante de mais um período de inatividade, o Duzentos Anos Depois estava prestes a fechar. Mas, para não perder a credibilidade em caso de novo regresso (o blog já foi encerrado duas vezes), decidimos continuar. Só mais um pouco.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Atéqui



Gazeta do Rio de Janeiro, Sabbado, 29 de Junho de 1811
(leia o número completo aqui)

Como em a batalha que huns chamão de Chiclana, outros de Barrosa, as tropas alliadas se cobrirão de immortal gloria, e os inimigos de desgraças e confusão; e atéqui, para dar lugar a outras noticias de factos acontecidos em Portugal, não foi possivel participar ao Público esta batalha; fazemos agora em os seguintes extractos da Gazeta de Lisboa, que não deixárão de agradar a quem tiver hum coração Portuguez.

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Diccionario da lingua portugueza - recompilado dos vocabularios impressos ate agora, e nesta segunda edição novamente emendado e muito acrescentado, por ANTONIO DE MORAES SILVA
Autoria: Antonio de Moraes Silva
Local: Lisboa
Ano: 1789



quarta-feira, 1 de junho de 2011

Imprensa com Z



Gazeta do Rio de Janeiro, Sabbado, 1º de junho de 1811
(leia o número completo aqui)

Hum Decreto Imperial de 2 de Fevereiro contém as regulações seguintes: - Os Impressores conservados em París são obrigados a comprar os prélos dos Impressores supprimidos, e os pagarão, segundo a avaliação, dentro de hum anno, em quarto pagamentos. […] Outro Decreto da mesma data ordena, que as licenças de Impressor lhes serão entregues em pergaminho pelo Director Geral da Imprensa. O que se paga por passar estas licenças he 50 francos para París, e 25 francos para as outras Cidades do Imperio. (Times 21 de Fevereiro) 
* Napoleão Bonaparte está em Guerra com a illustração da natureza humana, porque não lhe apraz reger póvos, que usando da razão se desfação delle, e do seu systema. He seu intento espalhar densas trévas de ignorancia, e fazer dos homens huns estupidos, que como outras tantas maquinas, obedeção a todas as suas impressões. Tal era a sorte que elle destinava aos Portuguezes, que havião de ter hum Segundo Camões.

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Jornal Grande Bahia, quarta-feira, 1º de junho de 2011
(leia a notícia completa aqui)


Celebrado desde o ano 2000 como “Dia Nacional da Imprensa”, este 1º de junho enseja a reflexão sobre a realidade da comunicação no Brasil. E, particularmente para os jornalistas, remete à centralidade das lutas em defesa do diploma, de uma nova e democrática Lei de Imprensa e de um novo marco regulatório do setor como indispensáveis para se inaugurar um novo ciclo de prosperidade democrática e de consagração do direito da sociedade à informação de qualidade.
Instituído pela Lei 9.831/1999, o Dia Nacional da Imprensa alude à primeira circulação do jornal Correio Braziliense, de Hipólito da Costa, em contraposição à oficialesca Imprensa Régia do Brasil Império do século XIX. Portadora de contradições e conflitos de sua época, tal publicação trazia em seu cerne ideais libertários de uma imprensa livre e de mudanças que contribuíram para fortalecer a perspectiva do Brasil republicano que temos hoje.
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Se a Gazeta era portuguesa, Hipólito era o "uruguaio" (nasceu na Colônia do Sacramento, então domínio de Portugal) que imprimia em Londres...  E em ambos os jornais ainda se escrevia Brasil com "z", esse símbolo atual da visão estrangeira. De uma forma ou de outra, imprensa com Z.

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domingo, 29 de maio de 2011

Joseph Fouché



Gazeta do Rio de Janeiro, Quarta Feira, 29 de Maio de 1811
(leia o número completo aqui)

M. Ouvrard foi mandado recolher por Savary, e mettido no Castello de Vincennes. Como não appareceo   cousa alguma na parte da correspondencia de Fouché, que podesse fazer carga áquelle desgraçado Ministro, Bonaparte fez outra tentativa para poder alcançar a sua correspondencia secreta. Fouché tinha já partido de Paris, e foi tornado a chamar; mas a respeito da correspondencia secreta continuou a ser inflexivel, respondendo que a não restituiria. [...] Diz-se agora que Fouché terminou a sua carreira em Aix, e que Bonaparte, á imitação do seu modelo, Nero, quando notificou a ordem de morte de Seneca, deo-lhe á escolha o genero de morte que queria ter. Diz-se que Savary, o Ministro actual da Policia, fôra o portador desta ordem.

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Todos têm um lado honesto. Fouché, que foi ministro durante a Revolução Francesa e a era napoleônica, era conhecido por sua falta de caráter e foi chamado de "Judas da Revolução". Traiu Robespierre, Barras, Collot, Talleyrand e Napoleão. Em 1815, após o episódio citado acima, arquitetou a derrota política de Napoleão e teve o gosto de ser o homem mais poderoso da França. Mas, enfim, todos têm um lado honesto: diz-se que Fouché foi fiel à "feia" esposa até a morte dela.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Altruísmo



Gazeta do Rio de Janeiro, Sabbado, 25 de Maio de 1811
(leia o número completo aqui)

Está na mão dos homens abonados desta capital, do Porto, e das outras terras, que padecêrão menos pela invasão do inimigo, o socorrer estas victimas da indigencia, e impedir que terminem os seus dias ás mãos da necessidade. O deveres da Religião, e da Humanidade assim o exigem; e além destes o proprio interesse, e o interesse da Patria. De muitas destas pessoas resgatadas á morte nascerá a cultura das terras, de que depende a nossa subsistencia, a facilidade do commercio, e mil outros serviços, conforme as suas occupações, que redundão em utilidade pública. Por outra parte estas molestias são contagiosas; huma pessoa, por ex. que veio do Cartaxo, trouxe huma febre destas, e della se contagiarão na visinhança 10 pessoas; em consequencia para nossa propria segurança convém que se socorrrão estes desgraçados; os sãos para que possão voltar para as suas terras; os doentes para que se possão tratar; e extinguiremos assim rapidamente huma molestia, que não tem outra malignidade mais que as faltas, e privações de muitos individuos. 

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Folha.com
(leia a notícia completa aqui)

Os cientistas suíços queriam demonstrar, ao longo de centenas de gerações observadas em laboratório, se a regra de fato funciona dessa maneira. Para isso, Markus Waibel, Dario Floreano e Laurent Keller usaram os simpáticos robozinhos modelo Alice, que cabem na palma da mão de seus criadores. Em grupos de oito "indivíduos", os robozinhos tinham de carregar "comida" e dividi- la ou não com seus companheiros. Ao fim de uma "geração", a programação dos autômatos --equivalente ao seu DNA-- era passada adiante de acordo com seu sucesso na tarefa.
Ou seja, os mais eficientes se reproduziam mais. A pegadinha é que, nos grupos iniciais, podia ou não haver robôs aparentados. E essa frequência podia variar no tempo de acordo com o sucesso dos autômatos na hora de conseguir comida e se reproduzir graças a isso. Após 500 gerações, com 1.600 robôs cada uma (a maioria simulada com precisão em computador, porque não dava para construir tanto robô, explica Waibel), ficou claro que o altruísmo surgia com o parentesco. Havia um ponto de virada, sempre que o custo de ser "bonzinho" era superado pelo benefício de dar uma mãozinha aos 'primos'.

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Um tema complexo. Mas, para descontrair, relembremos a infância e vejamos a definição do Professor Girafales. 

domingo, 22 de maio de 2011

Sem concurso


Gazeta do Rio de Janeiro, Quarta Feira, 22 de Maio de 1811
(leia o número completo aqui)

Ordena o Principe Regente nosso Senhor, que a Meza do Desembargo do Paço faça recolher immediatamente os Ministros das terras respectivas, debaixo da pena de se proverem os seus lugares, além das mais, que S.A.R. reservar ao seu Real Arbitrio; e que effectivamente a Meza consulte logo, no caso de desobediencia, Bachareis mais exactos, e obedientes, sem dependencia de concurso, pela necessidade da residencia dos ditos Ministros, para os lugares da Corôa.


O Imparcial
(leia a notícia completa aqui)

Quem abriu o Diário Oficial da Assembleia Legislativa da última quarta-feira (18) deparou-se com um volume de nomeações para cargos comissionados, na Casa. Ao todo, 22 pessoas entraram no Poder, sem concurso público, 13 delas para ocupar funções gratificadas de chefia de núcleos que compõe a estrutura administrativa da Assembleia. Nesses primeiros meses da atual legislatura, o quadro de pessoal da Casa recebeu novos integrantes, além de um aumento salarial que foi aprovado em plenário, por unanimidade, pelos parlamentares. [...] O presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Arnaldo Melo, comentou que o aumento salarial concedido aos servidores efetivos e estáveis da Casa foi fruto de uma negociação que vinha sendo implantada desde a gestão do deputado João Evangelista, enquanto presidente da Assembleia e representou o cumprimento da lei que assegura o plano de cargos e salários. 

sábado, 21 de maio de 2011

Onde Inês é morta



Gazeta Extraordinaria, Terça Feira, 21 de Maio de 1811
(leia o número completo aqui)

O Convento de Alcobaça foi queimado por ordem mandada do Quartel General Francez: o Palacio do Bispo de Leiria, assim como toda a Cidade, na qual o Quartel General Drouet havia estado, teve a mesma sorte.

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Túmulo de Inês de Castro (1320-1355), no Mosteiro de Alcobaça.


sexta-feira, 20 de maio de 2011

Catilinárias da oposição



Gazeta Extraordinaria, Segunda Feira, 20 de Maio de 1811
(leia o número completo aqui)

Temos o gosto de participar, que o nosso cruel inimigo, que ha tanto tempo devorava a substancia das nossas desgraçadas Provincias, foi empurrado para fóra da Extremadura, e parte da Beira, sendo mui provavel, que ha muito se ache fóra daquelle Reino, que sem lho merecer, elle tinha empestado com sua maligna presença. Com effeito, podemos dizer-lhe como Cicero á Catilinia: Abiit, excessit, erupit, evasit (*). [...] (*) Foi-se, sahio, rompeo por meio de todos, escapulio-se.

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Como nos famosos discursos acusatórios de Cícero contra Catilina, a oposição procura "desmascarar" Palocci (aqui). Resta saber quem fará definitivamente o papel de Catilina, saindo de cena e dando o gosto da vitória ao adversário.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Batalhas alternativas



Gazeta do Rio de Janeiro, Sabbado, 18 de Maio de 1811
(leia o número completo aqui)

Os Servios tem por fim ganho a sua liberdade por varias victorias successivas. Os Turcos em número de 80& homens, commandados por tres Bachas fôrão batidos tres vezes em Deiegrado. Os Servios se cobrírão de gloria junto de Widdin; mas a batalha de Drina descarregou hum golpe decisivo.

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Estadão.com.br
(leia a notícia completa aqui)

A sequência impressionante de vitórias de Novak Djokovic desde o começo do ano já o deixa classificado para o torneio que encerra a temporada, o ATP World Tour. O sérvio de 23 anos repetiu o feito de Rafael Nadal em 2009 ao se garantir na competição que reúne os oito melhores no ano antes do Aberto da França, informou a ATP Tour na segunda-feira. Djokovic ampliou sua série invicta para 37 partidas ao derrotar Nadal por 2 sets a 0 na decisão do Masters de Roma no domingo, seu sétimo título em 2011.

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Imaginem como seria bom se a história do ser humano fosse marcada apenas pelo esporte. Pontos ao invés de guerras, lances ao invés de sangue. A violência se restringiria aos saques mais fortes, no tênis... É verdade que as disputas esportivas internacionais já buscam justamente isso, ao simularem batalhas. O problema, na verdade, é que simultaneamente à decepção dos atletas perdedores ainda há adultos e crianças perdendo a vida por uma derrota.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Conde de Linhares


Gazeta Extraordinaria, Quinta Feira, 16 de Maio de 1811
(leia o número completo aqui)

Extracto de huma Carta, datada em Pernambuco no dia 14 de Abril de 1811, e dirigida ao Illustrissimo e Excellentissimo Senhor Conde de Linhares.

Hoje 14 de Abril fundeou neste Porto o Navio Portuguez, Caridade, com 31 dias de viagem de Lisboa, o qual dá as notícias seguintes [...].

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Este número extraordinário da Gazeta vale pela referência ao Conde de Linhares, Dom Rodrigo Domingos Antonio de Sousa Coutinho. E vale para a indicação da biografia escrita pelo Marquez do Funchal em 1908, cuja segunda edição a Editora Thesaurus publicou (fac-simile) em 2008 (aqui). Uma comemoração do bicentenário da vinda da família real de Portugal e da fundação da Impressão Régia, destacando-se aqui que o Conde de Linhares exerceu uma das principais influências para a transferência da Corte.

domingo, 15 de maio de 2011

Dinastia Poseidon


Gazeta do Rio de Janeiro, Quarta Feira, 15 de Maio de 1811
(leia o número completo aqui)

Constando na Real Presença a actividade, luzes, e amor que o Excellentissimo Conde dos Arcos tem desenvolvido no Governo da Bahia, occupando-se com grande actividade da defeza daquella Capitania, levantando baterias, creando Regimentos Milicianos, e formando hum Trem com fabrica de armas, bombas, e balas, assentando nos Estaleiros Reaes quatro canhoneiras no mesmo dia, e dentro de dous mezes lançando ao mar huma nova e bella Fragata, assim como erigido Telegrafos ao longo da costa, e havendo chegado á Real Presença a feliz noticia da actividade que reina em aquella Cidade para a construcção de Navios mercantes.

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Valor Online
(leia a notícia completa aqui)

O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, fez um pedido a empresários que queiram investir no Brasil. Ele pediu que sejam construídos mais estaleiros no país para navios de apoio à estatal. A Petrobras apresenta nesta quarta-feira um balanço do Programa Empresas Brasileiras de Navegação (EBN), cujo objetivo é estimular o setor privado a construir navios para serem afretados com contratos de 15 anos pela estatal. Segundo Costa, o objetivo é ter também navios de bandeira brasileira, de armadores brasileiros que não sejam a Transpetro. Com isso, a companhia vai poder auferir resultados, para comparar a eficiência da Transpetro e dos armadores. Ele explicou que a definição de estaleiros que vão ser utilizados nos dois programas EBN e nas duas fases do Programa de Modernização e Expansão da Forta da Transpetro (Promef) ainda não está completa. Costa complementou que a empresa vai precisar de mais estaleiros, "porque os projetos não vão parar no EBN 2, nem no Promef 2". "Tenho três sugestões para investimentos no Brasil: façam estaleiro, façam estaleiro e façam estaleiro. Vamos precisar muito", disse o diretor.

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Ceús dominados, 
Águas de cima avistadas.
Vários e vários duzentos anos,
Mas os mares permanecem em alta.

Antigos, humorados. 
Épicos e arredios. 
Sob o olhar de Poseidon,
Prosseguem submissas as fragatas.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A união venturosa



Gazeta do Rio de Janeiro, Sabbado, 11 de Maio de 1811
(leia o número completo aqui)

Sahio á luz o Drama com Muzica, intitulado: A União Venturosa. Obra de Antonio Bressane Leite para se representar no Faustissimo Dia dos Annos de S.A.R. Vende-se na loja da Gazeta, e no Real Theatro na noite deste Augusto Dia a 480 réis.

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Ato Único - Cena I
(leia o texto completo e com ortografia modernizada aqui)

[...]

Descem os dous gênios em um grupo de nuvens e cantam o seguinte:

DUETO.

Gênio Lusitano.

O tempo, que os bronzes come

Gênio Americano.

De quem quanto existe pende

Ambos.

A cadeia, que nos prende,
Jamais poderá quebrar.

Gênio Lusitano.

Oh que união tão ditosa!

Gênio Americano.

Oh que glória! Que ventura!

Ambos.

Sinto num mar de ternura
Meu coração palpitar.

Gênio Americano.

Mensageiro do deus que os bons premeia [sic]
Baixamos sobre vós, povos ditosos.
Eu sou o sacro Gênio, a quem foi dada
A glória de reger vossos destinos.
Sim, povos do Brasil, vós que noutra ora,
A cerviz inclinando a negras aras,
Só cumpríeis as leis que vos ditavam
Do báratro horrendo as ígneas Fúrias;
Que a par das feras por incultas brenhas
(Menos feras que vós) em sangue humano
Tingíeis da ignorância os grilhões duros,
Enquanto pelos cumes de altas serras
Não vistes tremular as lusas quinas;
E por lusos heróis que eternos vivem
Da memória imortal no templo eterno
Em honra ao céu, ao rei e à fé sagrada
Calcando p'rigos, afrontando a morte,
Vencendo de Netuno a fúria brava,
Nos vossos lares, venturosos lares,
Deram ao grande deus cultos sagrados.
Sabei, ó povos, com que glória o digo!
Que por lei que firmara a mão do eterno,
Na glória que gozais sois mais ditosos,
De quantos hoje habitam o vasto globo.
Sois de tanta ventura devedores
Ao Gênio tutelar do luso império.

domingo, 8 de maio de 2011

Direito de Campanha



Gazeta do Rio de Janeiro, Quarta Feira, 8 de maio de 1811
(leia o número completo aqui)

O Brigadeiro D. João Martin, os outros Chefes da tropa, as justiças, e em geral todos os bons Hespanhoes estão authorisados para aprehender os Emissarios do Governo intruso, que se empregarem no cumprimento das suas ordens, e conduzi-los perante a Junta Superior, para que, precedendo hum prompto e severo exame sobre se estão ou não comprehendidos nos artigos antecedentes, aquelle que o estiver soffra a pena imposta, que se executará, sendo possivel, no sitio onde fôr aprehendido.

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Folha.com
(leia a notícia completa aqui)

Folha - Qual a justificativa legal doméstica para a operação?
Gary Solis - Temos uma ordem presidencial [ordem executiva 12333, de 1981] que proíbe assassinatos. Mas esse não foi um assassinato. Colocamos um combatente como alvo, o que na minha opinião foi inteiramente legal e de acordo não apenas com leis domésticas, mas mais importante, com as leis de conflito armado. [Bin Laden] era um indivíduo que sabidamente usava armas e ordenava combates. Assim como o presidente dos EUA seria um alvo legal em um conflito armado internacional, Bin Laden é um alvo legal e um combatente inimigo no tipo de conflito [contra o terrorismo] que enfrentamos hoje.

Havia alternativa, como fazer um julgamento?
O fato de ele ter sido morto simplifica as coisas dramaticamente. Seria um problema tentar julgá-lo. Seria um circo midiático. Levaria anos e milhões de dólares. E depois ele seria meramente considerado uma marionete de seus captores. Ainda seria visto como herói em certas partes do mundo.

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sábado, 7 de maio de 2011

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Agora um cemitério




Basta. Como previsto na descrição em vermelho, ao lado, encerro este blog. Dois anos de vida, apenas. Mas além do prazer de brincar com o passado desde 2009, não é de todo ruim inaugurar aqui um cemitério e incorporar o delicioso clima do "É Tudo Gente Morta". As tumbas ficam à disposição de novos curiosos e os antigos não precisam descartar futura ressurreição. "Morienti cuncta supersunt."

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O Diabo Coxo




Gazeta do Rio de Janeiro, Sabbado, 26 de Janeiro de 1811
(leia o número completo aqui)

Tambem sahio á luz a Obra mui jocosa intitulada: O Diabo Coxo, 2 vol., por I&600 rs. Vende-se nas lojas de Manoel Pereira de Mesquita, e da Gazeta, onde se acha hum numeroso surtimento de Novellas em Portuguez, cuja relação se achará na mesma loja da Gazeta com os seus respectivos preços.

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Essa obra de Alain-René Lesage, de 1707, foi a primeira novela impressa no Brasil, provavelmente por iniciativa do livreiro-editor Paulo Martin Filho.


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Folga aforística


Gazeta do Rio de Janeiro, Sabbado, 19 de janeiro de 1811
(leia o número completo aqui)

"Doctrina sed vim promovet insitam, Rectique cultus pectora roborant"

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Epígrafe da Gazeta, aforismo de Horácio. O estudo desenvolve a força inata, e o exercício correto fortifica o coração. Por hoje é só - em dia de aniversário, não fica mal uma folga.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A caçada já terminou

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Gazeta Extraordinaria do Rio de Janeiro, 18 de Janeiro de 1811
(leia o número completo aqui)


Em a noite de 18 para 19 do mez de Dezembro de 1810 fugio de casa de seu senhor hum preto, Nação Angola, idade pouco mais ou menos de 18 annos, com riscas de alto a baixo nas duas faces, dentes iguaes, espigado, cheio de fogagem, ou sarna: levava vestida huma tanga azul, e camiza da mesma côr: a qualquer pessoa que o achar, se roga que o mande restituir a seu dono no largo da Lapa do Desterro n. 11, e se lhe darão boas alviçaras.

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Estadão.com.br
(leia a notícia completa aqui)

Ocorre que essa omissão surgiu dias após uma pequena editora, NewSouth Books, anunciar a nova edição de Huckleberry Finn, de Mark Twain, na qual serão substituídos os usos que o autor faz da palavra "nigger" (negro, com conotação pejorativa) por "slave" (escravo). 

[...]

A intenção de Huckleberry Finn era atacar o racismo, é claro. Na cena mais famosa, Huck esconde o escravo fugitivo Jim de caçadores de escravos, e depois se sente culpado. "Eu sabia que tinha agido errado", diz ele, embora o leitor, e Twain, saiba que ele fez a coisa certa. É uma demonstração contundente da maneira como a consciência não é só inata, mas também aprendida, e como é difícil agir certo numa sociedade centrada no errado, os mesmos tipos de perguntas que atormentaram Hannah Arendt no julgamento de Eichmann.

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A mesma polêmica que envolveu recentemente a obra "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato... O sentimento de culpa do personagem Huck recorda-nos a diferença entre ética e moral. Houve a ética nazista, houve a ética escravista. Houve diversas éticas centradas no errado, sem, contudo, atingir os valores morais  que hoje consideramos atemporais e universais. O preconceito, porém, perpetua as diferenças. Se encontrarem por aí o "preto de Angola", lembrem-se de que a caçada (felizmente) já terminou.



domingo, 16 de janeiro de 2011

Confesso



Gazeta do Rio de Janeiro, Quarta Feira, 16 de Janeiro de 1811
(leia o número completo aqui)

Não se tendo publicado a seu tempo, por causa da afluencia de noticias que nessa épocha tiverão lugar, o Officio de S. Excellencia, o Marechal Comandante em Chéfe, relativo á valorosa conducta da Brigada Portugueza, as ordens do General Madden, e não devendo ella ficar privada de hum tão honroso testemunho, publicamo-lo agora [...].

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Confesso. Se alguém passou por aqui nos últimos dias, pôde notar que não havia nada depois de "Dilma e Telêmaco". Coisas da internet... Se o editor da Gazeta precisava pedir desculpas pelo registro atrasado, a mim basta alterar a data da publicação - e no final a cronologia de acompanhamento do periódico parece perfeita. Mas, honestidade a se intrometer, confesso.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Criados


Gazeta do Rio de Janeiro, Sabbado, 12 de Janeiro de 1811
(leia o número completo aqui)

Bonaparte publicou hum Decreto muito extraordinario, relativo aos criados e criadas. Elles devem ser registrados, receber hum bilhete de inscripção, declarando a quem servem. Nenhuma pessoa póde alugar hum criado, que não tenha este bilhete de inscrição. 
(O objecto deste abominavel Decreto he extender mais e mais o horrivel systema de espionagem [...].)

O Globo (Agência Brasil)
(leia a notícia completa aqui)

A troca da cédula de identidade (RG) pelo novo cartão do Registro de Identidade Civil (RIC) vai começar no próximo dia 17 de janeiro. As pessoas selecionadas serão convocadas por carta a partir desta semana.

[...]

O RIC é um cartão magnético, com impressão digital e chip eletrônico, que incluirá informações como nome, sexo, data de nascimento, foto, filiação, naturalidade e assinatura, entre outros dados. O Ministério da Justiça estima que a substituição da carteira de identidade será feita, gradualmente, ao longo de dez anos.

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Algumas implicações desse controle "Big Brother" podem ser delicadas, mas certamente nem se comparam ao suplício de ver Pedro Bial (e sua ridícula presunção poética) no papel de "Grande Irmão" orwelliano. Somente Serginho Groisman é mais chato e sem graça do que Bial.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Dilma e Telêmaco


Gazeta do Rio de Janeiro, Quarta Feira, 9 de Janeiro de 1811
(leia o número completo aqui)

Nota. Na presente idade todos criticão, e censurão o que os outros fazem, inda os mais rematados ignorantes. Massena he ignorante na campanha de Portugal de 1810; Soult, outro grande Marechal do Imperio Francez, foi ignorante na campanha de Portugal de 1809; Junot, Laborde, &c. forão ignorantes na campanha de Portugal de 1808. Todos se fazem ignorantes em Portugal? Não he essa a razão, he porque Lord Wellington he maior General que todos elles. Por maiores que sejão os talentos de hum homem, quando contende com outro de esfera superior, todos os seus projectos se frustão, e desordenão. O profundo Author do Telemaco explicou bem esta gradação dos conhecimentos, quando nos representa Calypso conhecendo logo Telemaco, porque era hum homem; mas não póde conhecer Minerva debaixo da figura de Mentor, porque os Deoses superiores, diz elle, se encobrem, quando querem, aos Deoses inferiores, e confundem seu entendimento.

Estadão.com.br, domingo, 9 de janeiro de 2011
(leia o artigo completo aqui)

Sobressaem nesses primeiros dias de gestão o empenho da presidente em provar ao País que não é um poste - do que foi acusada - e que tem a personalidade forte de uma mulher que não chegou ao poder para ornamentá-lo, tampouco esquentar a cadeira para Lula. Dilma tenta mostrar que tem convicções e determinação para concretizá-las. [...] Nessa primeira semana Dilma se recolheu ao gabinete, não deu entrevistas, não apareceu em público e tratou de começar a organizar e sistematizar o governo. Combinou linhas de ação com ministros, reuniu o conselho político para tentar acalmar PT e PMDB, às turras pela disputa de cargos de segundo escalão (cumprirá a nomeação de técnicos ou cederá ao fisiologismo?). Chamou raposas do Congresso para conversar, preocupada com a eleição de um petista para a presidência da Câmara e com a votação do salário mínimo. Ao contrário de Lula, ficou longe dos holofotes.

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Superioridade não é o caso, definitivamente. Mas é provável que uma "Minerva" do PT continue a guiar a Presidência, independentemente do(a) Presidente. Engana-se como Calypso, portanto, a autora do artigo. Por trás de Mentor, e realmente efetivando o papel de mentor, há alguém maior que Telêmaco.



quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Arcos da Lapa



Gazeta do Rio de Janeiro, Sabbado, 5 de Janeiro de 1811
(leia o número completo aqui)


Quem quizer comprar huma Carruagem de muito bom gosto, e de melhor construcção; procure o seu preço na rua das Mangueiras, n. 8 á direita, indo dos arcos.

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A antiga Rua das Mangueiras, próxima aos Arcos da Lapa, chama-se agora Visconde de Maranguape. E os arcos...

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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Serra do Buçaco


Gazeta Extraordinaria do Rio de Janeiro, 4 de janeiro de 1811
(leia o número completo aqui)

Em 25, os Corpos 6o. e 2o. passárão o Criz na visinhança de Santa Combadão, e a divisão do Brigadeiro General Crawfurd com a Brigada do Brigadeiro General Pack se retirou para a posição que eu tinha fixado ao Exercito no cume da serra do Bussaco. [...] A serra do Bussaco he huma alta enfiada de montes que desde o Mondego se extende 8 milhas ao norte. No mais alto da serraria, a duas milhas do seu fim, está o Convento e Quinta do Bussaco.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Feliz "Duzentos Anos Depois"!



Gazeta do Rio de Janeiro, Quarta Feira, 2 de janeiro de 1811
(leia o número completo aqui)


He pena que vão decorrendo huns dias apôz outros, e não tenhamos o gosto de apresentar ao Público noticias veridicas e exactas sobre a grande crise, que provavelmente decidio a sorte do Reino de Portugal. Rodeados de hum tropel de incertezas entre a esperança e temor, perdemo-nos em conjecturas, abandonamo-nos a calculos [...].


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Mais do que demonstrar a preocupação editorial sobre a veracidade das notícias veiculadas (preocupação inexistente em muitos jornais de hoje, duzentos anos depois), o trecho acima explica bem a recente pausa deste blog. Começamos o ano a prometer, porém, que os números de 1811 (inclusos os extraordinários) serão todos ressuscitados e comentados. Feliz "duzentos anos depois"!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Não há perigo de paz


Gazeta do Rio de Janeiro, Quarta Feira, 12 de dezembro de 1810
(leia o número completo aqui)

A Policia está tão bem organizada, e he tão propria para impedir a introducção de qualquer pessoa suspeita na Cidade, que nenhum estalajadeiro póde, sem recorrer á Policia, receber em sua casa pessoa alguma estranha; e a licença da Policia faz-se indispensavelmente necessaria para a residencia de qualquer destas pessoas. Esta precaução tem sido muito conveniente por causa da multidão de povo, que ao principio se amontoou na Cidade. A povoação de Cádiz compõe-se ordinariamente de 90 a 100& almas; mas suppõe-se que, inclusos os militares, monta agora a 140&.

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O Globo
(leia a notícia completa aqui)


RIO - As polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal no estado foram colocadas de prontidão, para evitar que traficantes em fuga do Rio tentem se esconder em cidades da Região Metropolitana e do Interior. O comando geral da PM determinou o reforço do efetivo nas ruas e estradas, com a cassação de folgas, férias e licenças, e a implantação de barreiras nas estradas do estado. No caso da PRF, blitzes têm sido feitas na Ponte Rio-Niterói, na BR-101, na BR-040 (Rio-Juiz de Fora) e na Via Dutra, a fim de se fazer um rastreamento de criminosos camuflados em meio a passageiros de ônibus, vans ou de táxis.



(Trecho de Os Homens Amam a Guerra, de Affonso Romano de Sant'Anna)


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Os homens amam a guerra
E mal suportam a paz.

Os homens amam a guerra,
portanto,
não há perigo de paz.

Os homens amam a guerra, profana
ou santa, tanto faz.

Os homens têm a guerra como amante,
embora esposem a paz.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Natal sem iPod ou casca de tartaruga


Gazeta do Rio de Janeiro, Sabbado, 8 de dezembro de 1810
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Bonaparte regulou por hum novo Decreto os direitos que devem pagar certas drogas, especiarias, e artigos, cuja importação se permite em França. A quantidade dos direitos dá a mostrar a precisão que ha no Continente de cada hum destes artigos. A quina só paga 4 ou 5 francos por libra; o rhuibarbo, 6 francos; o peixe seco, 8 francos por quintal; e o couro d'America por curtir, 2 francos e 1/2, em tanto que a pimenta paga 400 francos por quintal; a canella, 1400 francos; a casca de tartaruga, 1500 francos pela mesma medida; o páo Brazil paga sómente 15 francos, e o sandalo, 20 francos.

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Duzentos anos depois...

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Folha.com
(leia a notícia completa aqui)

A carga tributária dos produtos mais vendidos no Natal se mantém alta, porém estável em relação ao ano passado, segundo estudo divulgado pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário).

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Segundo o levantamento do IBPT, os perfumes importados lideram o ranking em tributação, com 78,43%. "A tributação dos importados é maior, pois, além deles terem todos os tributos incidentes dos produtos nacionais, ainda estão embutidos o imposto de importação", afirma Olenike.

VEJA A CARGA TRIBUTÁRIA DOS PRODUTOS

Aparelho MP3 ou iPod: 49,45%
Bacalhau importado: 43,78%
Jogos eletrônicos: 72,18%
Perfume importado: 78,43%
Tênis importado: 58,59%

domingo, 5 de dezembro de 2010

Alegria, rapazes



Gazeta do Rio de Janeiro, Quarta Feira, 5 de dezembro de 1810
(leia o número completo aqui)


Nas regiões da móda não se falla mais que em Madama Imperatriz. Seus costumes, pessoa, conversação, e maneiras, são outros tantos modélos de gosto, e desgraçada da Senhora que desejasse ter nome e fama na pronunciação de huma fraze, na móda de huma chinelinha, em devoção, no vestido de demetim, em hum problema, ou n'uma saia, sem que para suas pretenções tenha recebido alguma côr do brilhante genio desta despotica divindade. Quando vai passear no seu coche fica Paris a morrer, suspendem-se as operações da natureza á excepção dos ventos que vão soprando em torno do seu carro, ou de alguma nuvem, que acompanhando-a, lhe serve de toldo.

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Tratava-se aqui de Maria Luísa de Áustria, provavelmente. Duzentos anos depois, então...

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Folha.com, domingo, 5 de dezembro de 2010
(leia a notícia completa aqui)


Ainda neste domingo o presidente da França e sua mulher, Carla Bruni, continuaram a programação da visita oficial à Índia com uma visita às ruínas de Fatehpur Sikri, uma das capitais do antigo império mongol.



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Apesar de dar importância às questões oficiais da visita de Estado, a imprensa indiana ressalta a beleza da primeira-dama francesa na cobertura. "O estilo de Carla deixa Bangalore sem palavras", afirma o "Sunday Times", elogiando suas roupas e indicando que ela caminha com "a desenvoltura de uma modelo". Já o "Mail Today" descreve a visita como o "romance da Índia com Carla".

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"Alegria, Rapazes!". Assisti há pouco a esse filme, de 1944, e revi com prazer a vivacidade e a beleza ímpares de Carmen Miranda. Ela se encaixa perfeitamente nessas descrições, e é definitivamente um ícone das mulheres de impacto e personalidade. Um brinde a elas! Alegria, rapazes!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Almanaques


Gazeta do Rio de Janeiro, Sabbado, 17 de novembro de 1810
(leia o número completo aqui)

Acha-se na Imprensa o Almanak da Côrte do Brazil; e o seu Author pede por favôr a todas as Repartições queirão mandar-lhe á loja da Gazeta as alterações que tem havido desde Junho até ao fim deste mez.

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O Almanaque na Corte do Rio de Janeiro, ou Almanaque da Corte do Brasil, foi publicado a partir de 1810 e saiu em 1816 e 1817 (por Alexandre José Curado de Figueiredo e Albuquerque). Como não era publicado todos os anos, importava-se o almanaque de Lisboa. Duzentos anos depois, para variar um pouco e não postar a costumeira notícia correlata, fica apenas uma recomendação de leitura: revista Almanaque Brasil (edições no siteprograma na TV Cultura).


sábado, 13 de novembro de 2010

É Tudo Gente Morta



Convenço-me cada vez mais de que a vida inteligente da blogosfera em português se concentra na outra margem do Atlântico, e a certeza se consolidou diante do É Tudo Gente Morta. O blog é tão surpreendente que me força a não adiantar inevitáveis impressões, deixando que o leitor as vivencie in loco. Aproveito apenas para agradecer o retorno do autor Manuel S. Fonseca, que gentilmente escreveu sobre o Duzentos anos depois (aqui).